FRAIBURGO

29 abril 2016

Será Mesmo Que Você é Substituível?

(Colaboração: Eliane Inês Tenconi Borges - Psicóloga)

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e olhando nos olhos de cada um ameaça: “ninguém é insubstituível”.

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silencio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada. De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?

- Tenho sim. E Beethoven?

- Como? - O encara o gestor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substitui Beethoven? Silencio.

O funcionário fala então: ouvi essa estória esse dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que quando sai um é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Poul Newman? Tiger Woods? Albert Eistein? Picasso? Zico?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostavam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Esta na hora dos lideres das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus “gaps” - erros.

Ninguém lembra e nem sabe se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranoico...

O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.

Cabe aos lideres de sua organização mudar o olhar de sua equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente coordenador, ainda esta focado em melhorar as fraquezas de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões foi para “outras moradas” ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em sena e falou mais ou menos assim: “Estamos todos muito tristes com a “partida” de nosso irmão Zacarias”... e hoje, para substitui-lo, chamamos... Ninguém... pois nosso Zaca é insubstituível.

Portanto nunca esqueça: Você é um talento único... com toda certeza ninguém te substituirá!

“Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusei a fazer o pouco que posso.”


(Edward Everett Hale (1823-1909), Clérigo e escritor norte-americano.

Um grande abraço e bom final de semana a todos.

Ari

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