O Brasil
vivia seus últimos dias de monarquia quando os cientistas definiram quanto
vale, exatamente, 1 quilograma. Foi em setembro de 1889, na França. Esse padrão
internacional vale até hoje, mas vai mudar em 2018.
O padrão
atual é dado pela massa de um cilindro de metal, feito de platina e irídio,
dois elementos químicos resistentes. É o Protótipo Internacional do Quilograma,
ou IPK, que é armazenado perto de Paris desde 1889. A massa do IPK é, por
convenção, o valor de 1 quilograma. Quando medimos algo, no fundo estamos
comparando à massa desse cilindro.
Algumas
cópias desse cilindro foram feitas e distribuídas em diferentes países, com
medições periódicas para verificar se as massas continuam iguais. Mas elas
variam ligeiramente, por impurezas na manipulação ou desgaste.
Apesar de
as diferenças serem em uma escala muito pequena, é um problema porque cria uma
instabilidade sobre quanto 1 quilograma pesa, exatamente. E exatidão interessa
para a ciência.
Há outras
medidas de massa (como libra e onça, usadas popularmente nos Estados Unidos)
que são definidas em relação ao quilograma. O mesmo acontece para diversas
unidades que medem outras grandezas — por exemplo, newton (que mede força),
pascal (pressão) e ampère (corrente elétrica). Portanto, a medida precisa de
quanto vale 1 quilograma também é importante para essas unidades. Há anos
cientistas do Comitê Internacional de Pesos e Medidas, a mesma associação que
armazena e cuida do IPK, concordaram que era preciso mudar o referencial para o
quilograma de um objeto (cujas características mudam ao longo do tempo,
causando imprecisões) para um conceito da física (valor que não muda).
Dentre os
valores possíveis para ser o referencial do quilograma, foi escolhida a
constante de Planck, que relaciona a frequência de uma partícula com a sua
energia.
O
problema é que agora o valor dessa constante precisa ser calculado com grande
precisão, tarefa que está sendo feita no momento. Equipes distintas
apresentarão seus resultados, com ligeiras (e inevitáveis) diferenças entre si.
Um computador vai reunir esses números e estabelecer, por meio de complexos
modelos matemáticos, um valor exato para a constante de Planck, que então será
usado para definir o quilograma a partir de 2018.
Essas
mudanças não interferem no dia a dia de pessoas comuns, mas são importantes
para a ciência (especialmente para a metrologia, ramo que estuda as medidas) e
áreas como o comércio internacional, que lida com pesagem em larga escala.(Fonte: www.nexojornal.com.br)
Um grande abraço a todos.
Ari
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