FRAIBURGO

23 fevereiro 2014

200 Dias em Fumar!

Faz 200 dias que não fumo mais.

Neste período de abstinência pude constatar que o fumante:

a) Cheira mal: Todo fumante perde o olfato e por isso não percebe que ele próprio vai se transformando numa "coisa" mal cheirosa e desagradável. Aliás, todo fumante é muito fedido;

b) Come mal: Além do olfato todo fumante perde também o paladar e assim ele não aprecia mais as coisas boas que a "cozinha" lhe oferece. Além disso, o fato de sentar-se à mesa lhe proporciona a lembrança do cigarro, lhe vem a ansiedade e por isso come muito rápido porque quer fumar.

c) É escravo: Se priva de  certas  atividades - viajar, teatro, cinema, restaurante, clube - por que quer fumar;

d) É egoísta: Ao se satisfazer esquece que as pessoas ao seu redor podem se incomodar com seu vício - cheiro forte, ar impregnado.

Para ter sucesso nesta nova fase de vida, o fumante necessita descobrir que é preciso:

a) Desintoxicar: Retirando do organismo as impurezas ali inseridas pelo hábito de fumar, se sentirá mais fortalecido e apto a enfrentar os efeitos negativos da nicotina e dos outros produtos existentes no cigarro e consequentemente a síndrome de abstinência será cada vez mais leve e fraca, atacando  o organismo mais espaçadamente;

b) Mudar Hábitos: Sem a mudança de hábitos não conseguirá ir muito longe. Não se pode esquecer que o ambiente influencia as atitudes - mesa do bar, cafezinho, comer o salgadinho, beber, etc.

c) Eliminar Objetos: É muito importante eliminar do cotidiano os cinzeiros, isqueiros, piteiras e objetos que podem lembrar o cigarro. Isso porque eles podem lembrar constantemente do vício e se transformar em "gatilhos", influenciando negativamente o fumante quando este estiver na fase aguda da síndrome de abstinência.

d) Fazer ExercíciosFazer exercícios físicos, seja qual for, nos ajuda a manter o foco e não sentir os efeitos da síndrome de abstinência. Isso também nos ajuda a manter nossa saúde em dia.

e) Influências Negativas: Por incrível que pareça, existem pessoas que ficam ofendidas por que queremos mudar nossos hábitos. Frequentemente nos agridem e nos chamam de fracos. Quando não conseguem nos influenciar invertem a "guerrinha", nos dizendo que isso nada mais é que nossa obrigação, blá, blá, blá. Não sabem o quanto isso é difícil para nós e que, se aprendemos a fumar, foi por influência de pessoas como elas, "que ganharam para nos ensinar e nos viciar".

Como já escrevi neste blog, fumei durante 44 anos e, nos últimos 20 anos, fumava 3 carteiras de cigarros todos os dias. O Custo para manter aquele nefasto vício hoje seria de R$- 20,25 por dia ou R$- 607,50 por mês ou ainda R$- 7.391,25 por ano (Nestes 200 dias já economizei R$- 4.050,00). Se eu fizer uma conta simples poderia arriscar que gastei fumando o equivalente a aproximadamente 325 mil reais. Com esse dinheiro eu poderia ter uma bela casa, ou um apartamento, ou um barco, ou um carro ou melhor ainda: ter viajado com minha família pelo mundo, conhecendo lugares. Quanta burrice da minha parte. E isso sem falar que prejudiquei a minha saúde e a saúde dos membros da minha família, que indiretamente fumavam comigo.

Não quero ser "mais um ex-fumante chato", que acha que pode mudar o mundo. Minha intenção é só uma: informar aos fumantes que querem deixar o vício que isso é possível e que a maneira que encontrei foi como estou tentando descrever neste blog ao longo de todo este tempo. 

É importante destacar que para cada fumante deixar seu vício ele tem o seu próprio modo e seu próprio tempo. É preciso encontrá-los. E a nós, incentivar, torcer e respeitar.

Muito obrigado a todas as pessoas que tem me ajudado neste projeto, especialmente aos meus familiares, à minha madrinha Adriana Schizzi, a Assistente Social Marie Cristina Munaretto e ao médico pneumologista Dr. Eduardo Alves de Araújo.

Abraço a todos.

Ari
(Um ex-fumante feliz)

20 fevereiro 2014

Todo Filho é Pai da Morte de Seu Pai

Este texto é muito profundo. Vale a pena ler e refletir:

" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

Fonte: Agência JO Digital

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

— Deixa que eu ajudo.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

— Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "


(autor desconhecido - Retirado da internet)

Um grande abraço a todos

Ari

16 fevereiro 2014

Eu Quero Ser Fiel

Caro Flávio Furtado: Tomo a liberdade de copiar a letra deste hino, por ti indicado no Facebook, e que acho muito importante para vivermos nos dias atuais.

FIDELIDADE 
Música de Wagner Roberto
 Álbum Fidelidade



Eu quero ser fiel Senhor
Fiel até o fim
Eu quero ser fiel Senhor
Como és fiel a mim
Eu quero ser fiel Senhor
Fazer sua vontade
Não quero mais fingir
Mas quero te servir
Com mais fidelidade

Coro:
Fiel ao meu pensar Senhor
Fiel no meu agir
Fiel no meu falar Senhor
Fiel no meu ouvir
Fiel no meu olhar Senhor
Quando eu contribuir
Fiel no meu andar Senhor
Fiel no meu sentir
Aonde eu estiver, em tudo que eu fizer
Serei fiel a ti.

A música é muito bonita e poderá ser ouvida, assistindo-se também o clip, através do endereço eletrônico: 

                      http://www.youtube.com/watch?v=_HyyILbTCXY&feature=share

Esta é a minha mensagem para esta semana. Obrigado Flávio.

Abraços

Ari

11 fevereiro 2014

Valioso Conselho

Andrew Carnegie (25/11/1835-11/08/1919) considerado o barão do aço dos EUA, nasceu muito pobre o morreu muito rico. Um de seus conselhos mais valiosos foi:

     "Ao  envelhecer,  parei de escutar o que
      as pessoas dizem. Agora só presto aten-
      ção ao que elas fazem".

Em certas pessoas que nos cercam, prestando atenção, vendo o que elas fazem e como se comportam a cada instante,  vendo a ganância saltando de seus olhos, a decepção se instala em nossos corações e mentes e é muito grande.  
Infelizmente é isso que se constata.

Ari

10 fevereiro 2014

Os 12 Passos

Dependentes do crack, cocaína, maconha, nicotina (cigarro), ecstazy, lsd, inalantes, tranquilizantes, ópio (opiácios), anabolizantes, anfetaminas, cogumelos e demais drogas, poderão com algumas adaptações, seguir o programa de recuperação "Os Doze Passosutilizado com muito sucesso e como de fundamental importância pelos Alcoólicos Anônimos:  


1 - Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.

2 - Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

3 - Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.

4 - Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

5 - Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

6 - Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

7 - Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

8 - Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

9 - Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.

10 - Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

11 - Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.

12 - Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos, procuramos transmitir essa mensagem aos alcoólicos e praticar esses princípios em todas as nossas atividades.

Os 12 passos foram originalmente escritos por Wilson (William Griffith Wilson) e outros membros no início do AA como modo de codificar o processo que acharam funcionar para eles pessoalmente.

Boa semana e um forte abraço.

Ari


06 fevereiro 2014

Iniciou o Programa Anti-Tabagismo 2014 no PA Central de Fraiburgo

Iniciaram hoje (06/02/2014), no PA Central da do Bairro Salete, as atividades do programa anti-tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde, com o primeiro encontro dos 17 pacientes inscritos neste primeira turma de 2014. 

O Programa é coordenado pelo admirável Dr. Eduardo Alves de Araújo, clínico geral e médico pneumologista e pela extraordinária Assistente Social Marie Cristina Munaretto. 

Inicialmente o programa (totalmente gratuito),  compreende 4 encontros presenciais semanais - toda quinta-feira, das 8 as 9 horas da manhã - e se realizam no auditório do Pronto Atendimento Central do Bairro Salete, onde os pacientes recebem todas as orientações, medicações e acompanhamento necessários para deixar de fumar. 

Tive a oportunidade de participar destas orientações e consegui deixar de fumar depois de 44 anos fumando 3 maços de cigarros por dia, ao custo atual de R$- 20,25 por dia. Hoje fazem exatamente 184 dias que estou sem cigarro. Cada dia é uma nova etapa no tratamento. Cada dia é uma luta. Cada dia é uma vitória. Cada dia é motivo de grande alegria verificar que estou vencendo este vício nefasto.

Deixar de fumar é difícil e requer muita disciplina, disposição, mudança de hábitos e acima de tudo boa vontade por parte do dependente. Muitas vezes estes dependentes preferem continuar no vício para não passar por momentos de fissura e desconforto, porém esquecem que isso vai diminuindo a sua qualidade de vida, degradando e agravando cada vez mais a sua saúde e levando-o, em muitos casos, à morte.

Desejo a todos os 17 colegas iniciantes, que tenham um excelente tratamento e grande sucesso. 

Contem comigo. Sempre!

 Ari
(Um ex-fumante feliz)  

04 fevereiro 2014

Dependência Concomitante de Álcool e Tabaco

Pela importância social que este artigo pode significar na vida de muitas pessoas, suas famílias e amigos, transcrevo aqui matéria importante que baixei do Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein:

Dependência Concomitante de Álcool e Tabaco - Mecanismos e Tratamento

Concurrent Alcohol and tobacco dependence: mechanisms and treatment


David J. Drobes

Moffitt Cancer Center & Research Institute ~ University of South Florida (Tampa)
Alcohol Res Health 2002; 26(2): 136-42



O presente artigo, escrito por David J. Drobes para a revista Alcohol Research Health, periódico oficial do National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), fez uma revisão acerca da dependência de álcool e tabaco. O objetivo do artigo é a busca de achados que apontem para a concomitância do consumo de álcool e tabaco não apenas como mera coincidência, mas sim como comportamentos relacionados e neurobiologicamente embasados.

Há evidencias científicas que indicam uma estreita relação entre o consumo de álcool e tabaco.

Descrição: http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/imagens/shim.gifEvidências acerca da relação entre o consumo concomitante de álcool e tabaco
  1. Pessoas que bebem têm maior tendência ao tabagismo: 90% dos dependentes de álcool fumam, sendo que 70% destes fumam ao menos um maco por dia.
  2. Quanto mais intenso o consumo de álcool, maior o de cigarro.
  3. Indivíduos com ambos diagnósticos utilizam outras drogas com mais freqüência, se comparados com aqueles que utilizam apenas uma delas.
  4. Fumantes bebem mais do que não-fumantes
  5. Fumantes tem uma chance 2,7 vezes maior de se tornarem dependentes de álcool, se comparados aos não-fumantes.
  6. Apesar do declínio do consumo de cigarro na população geral nesses últimos anos, a prevalência de tabagismo entre os dependentes de álcool não se modificou.
A preocupação com o uso concomitante de ambos e particularmente importante: tal combinação aumenta o risco de câncer e doenças cardio-vasculares, mais do que o uso isolado de uma delas. Entre as gestantes, aumenta ainda mais os danos ao desenvolvimento fetal e os déficits cognitivos nos recém-nascidos. O uso combinado na adolescência aumenta a predisposição para o consumo de outras drogas e o surgimento de problemas pessoais e sociais.

A combinação de álcool e tabaco implica em um comportamento complexo, influenciado por fatores genéticos, neurobiológicos, de condicionamento, psicológicos e sócio-culturais. O presente artigo procurou abordar os fatores relacionados as quatro primeiras questões.

Fatores genéticos

A importância dos fatores genéticos no desenvolvimento da dependência concomitante de álcool e tabaco ganhou alguma atenção dos pesquisadores nessa última década. A partir de estudos com gêmeos, com indivíduos adotados e análises epidemiológicas, alguns componentes genéticos da dependência de álcool e tabaco puderam ser identificados.

Estudos moleculares recentes vêm tentando identificar fatores genéticos específicos na base das várias formas de comportamento ligados a dependência. Talvez a maior evidencia da ação dos genes individuais sobre a dependência de álcool e cigarro envolva o sistema de recompensa, de natureza dopaminérgica. Provavelmente, certas variantes dos genes que regulam a atividade da dopamina e seus receptores estejam relacionadas ao risco excessivo do consumo de álcool e tabaco. Apesar de tais achados serem apenas sugestivos, novas técnicas de pesquisa de genética molecular para o entendimento de comportamentos complexos vem progredindo rapidamente e poderão responder questões relevantes na próxima década.

Descrição: http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/imagens/shim.gifNessa nova fronteira, tem-se buscado determinar os endofenótipos de comportamentos relacionados a dependência. Endofenótipo e uma característica objetiva e mensurável do indivíduo que se acredita estar relacionada com sua conformação genética (genotipo). A partir da identificação e replicação de tais achados (endofenótipos) os pesquisadores esperam detectar relações estreitas entre comportamentos ligados a dependência e certos genes. Como isso contribuiria para o tratamento da dependência ainda e alvo de especulações cientificas.

Mecanismos neurobiológicos

Vários mecanismos neurobiológicos estão envolvidos na estreita relação entre as dependências de álcool e tabaco. Ambas parecem aumentar o reforço ao uso continuado nos indivíduos, tanto pela habilidade de uma contrapor, quanto potencializar o efeito da outra. Além disso, o uso combinado de álcool e tabaco talvez produza um efeito de recompensa qualitativamente diferente daquele obtido individualmente.

O desenvolvimento de tolerância aos efeitos prazerosos e aversivos está relacionado ao surgimento e a manutenção da dependência. O primeiro faz com que o indivíduo aumente a dose das substancias para buscar o mesmo efeito que antes obtinha com doses menores. O segundo, libera o indivíduo para a busca de doses maiores, uma vez que se imune aos efeitos indesejáveis das substâncias (ressaca, tontura, moleza, dores de cabeça, ...).

Outra hipótese aponta para o consumo concomitante de álcool (sedativo) e nicotina (estimulante) como uma forma de balancear os déficits trazidos pelo consumo isolado de uma ou outra substância. Esse fenômeno já foi reproduzido em estudos animais e humanos.

Dentro da perspectiva neurológica, o sistema de recompensa ou mesolimbico-mesocortical é fundamental para o entendimento da dependência a qualquer tipo de substância. Esse sistema utiliza a dopamina como neurotransmissor para mediar a comunicação entre os seus neurônios e aqueles de outras regiões do cérebro. Algumas dessas regiões são responsáveis pelos efeitos de prazer obtidos durante o consumo de álcool e nicotina. Desse modo, há motivação para se obter recompensas repetidas a partir do consumo das mesmas.

O sistema de recompensa abrange varias regiões do cérebro, entre elas a área tegmental ventral, o nucleus accumbens e o córtex pré-frontal. Ambos, álcool e nicotina, ativam os neurônios do sistema de recompensa localizados na área tegmental ventral, levando a liberação de dopamina nonucleus accumbens e no córtex pré-frontal.

O uso continuado provoca adaptações no cérebro, levando a sensibilização do circuito de recompensa. Assim, o cérebro se torna "mais atento" e lembra o indivíduo com maior freqüência para a necessidade de obter o efeito proveniente do consumo de álcool e tabaco.

O álcool também atua sobre o sistema opióide endógeno. Esse sistema produz neurotransmissores semelhantes a morfina. Uma vez ativado pelo álcool, produz quadros de euforia, além de estimular diretamente o sistema de recompensa.

Mecanismos de condicionamento

Pertence ao censo comum a idéia de que tanto o consumo de álcool, quanto o de cigarro começam em situações semelhantes (festas, bares, grupos de amigos) e contemporâneas. A recaída após a abstinência de nicotina é francamente motivada pelo consumo de álcool. Isso sugere que ambos encontram-se associados por um processo de condicionamento denominado cue conditioning, isto é, situações previamente relacionadas ao consumo de uma substância (cheiro de cigarro, o rótulo da bebida preferida, propagandas,...) desencadeiam respostas condicionadas, incluindo fissuras e alterações fisiológicas. Por sua vez, essas produzem desconforto, ao mesmo tempo em que apontam para o consumo de álcool e cigarro como a melhor forma de alivia-los. Isso motiva a manutenção do consumo ou leva a recaída.

Fatores psicológicos

Mesmo em estágios iniciais de experimentação (geralmente na adolescência), fatores psicológicos envolvidos na promoção do consumo podem ser identificados.

Características da personalidade que permanecem estáveis durante a vida do indivíduo desempenham um importante papel para o início do consumo de álcool e tabaco. Tais características incluem a impulsividade, a compulsividade e a ansiedade. Há uma base genética para tais comportamentos, capazes de predisporem os indivíduos ao consumo.
Descrição: http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/imagens/shim.gifDescrição: http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/imagens/shim.gif
Outra importante influencia psicossocial provem do modelo familiar. Adolescentes expostos a membros mais velhos da família que fumam e bebem tem maior tendência a repetirem esse comportamento, independente de qualquer influencia genética. A influência dos grupos de convívio (peer presure) também é um fator de risco considerável para o início do consumo de álcool e tabaco.

O consumo concomitante de álcool e tabaco também aparece dentro de estados psicológicos temporários, tais como situações momentâneas de estresse ou emoções negativas. Ele também é maior entre os que possuem transtornos psiquiátricos de base, principalmente os depressivos e ansiosos. Em todos esses casos, o álcool e o tabaco são utilizados, primordialmente, para aliviar tensões ou regular estados de humor (auto-medicação). Desse modo, se apresentam como uma forma maladaptada de agir, encontrada pelos indivíduos para lidarem com algumas situações de vida que se mostram intoleráveis para esses.

Há ainda diversos outros fatores psicossociais empiricamente relacionados ao consumo de álcool e tabaco, tais como estressores psicossociais (perda do emprego ou de um ente querido), suporte social precário, auto-eficácia e habilidades sociais deficitárias, expectativas positivas quanto aos efeitos do consumo, uso de substâncias psicoativas como "lubrificantes sociais", além de outras.

Todos os fatores discutidos nesse artigo não determinam isoladamente o surgimento da dependência, mas sim interagem idiossincraticamente dentro da historia do consumo de álcool e cigarro dos indivíduos, podendo levar parte destes a dependência.

Espero, com este artigo, contribuir para minorar os problemas que a dependência química provoca nas pessoas, principalmente aquelas relacionadas diretamente com a família dos dependentes.

Contem comigo. Sempre!

Abraços

Ari

Verdades Verdadeiras




03 fevereiro 2014

Benefícios ao Parar de Fumar

Parar de fumar é uma decisão pessoal e intransferível. É difícil mas bem possível. Observe a figura abaixo e veja as vantagens de deixar de fumar:



Quer parar de fumar já? Tome a decisão já.

Conte comigo e sucesso.Sempre!

Abraços


Ari