(Iconografia da História – Facebook)
Tratado como Judas, vivendo no anonimato e
com medo da morte. A história e as perturbações de Santo, o homem que matou
Lampião e cortou sua cabeça com um punhal.
Até pouco tempo atrás, a historiografia
considerava João Bezerra da Silva como o homem que matou Virgulino Ferreira, o
maior cangaceiro da história. Porém, ao realizar pesquisas mais aprofundadas, o
especialista no fenômeno social Frederico Pernambucano de Mello descobriu que,
na realidade, o autor do disparo que tirou a vida de Lampião, em 1938, foi
Sebastião Vieira Sandes, o Santo, um soldado do pelotão de João Bezerra, que
conhecia Lampião e sua esposa, Maria Bonita.
Santo foi coiteiro de Lampião e
companheiro de costura. Chegou a ser amigo do cangaceiro e era chamado por sua
esposa, Maria Bonita, de Galeguinho. Os coiteiros preparavam esconderijos e
ajudavam os bandos do cangaço a fugirem da polícia.
A relação entre Santo e Lampião se rompeu
quando o primeiro foi preso e torturado. Solto com a condição de entrar na
"Volante", espécie de tropa especial treinada para caçar cangaceiros,
Santo foi um dos homens que ajudou a encontrar Lampião e mais 9 pessoas do seu
bando, na gruta de Angicos, em Sergipe.
O grupo de volantes, que também contava
com poucos homens, preparou emboscada contra Lampião acima do vale onde estavam
os bandidos. Ao receber o sinal de que o alvo se tratava de Lampião, Santo
disparou a arma. O projétil acertou o punhal de lampião e foi desviado para o
abdômen, que perfurou órgãos e colocou fim em um dos maiores bandidos da história
do país.
Por fim, Santo ficou responsável por
cortar a cabeça de Lampião. Cada passada da lâmina no pescoço, fazia o rapaz,
de 20 anos na época, tremer todo.
Após a execução, Santo foi aconselhado a
manter-se calado. A não reivindicar a morte para não levantar possibilidade de
vingança, já que Lampião tinha muitos aliados ainda vivos.
No início dos anos 2000, Santo procurou
Frederico Pernambucano de Mello, foi até Alagoas para se despedir da família,
pois estava com uma doença incurável e tinha pouco tempo de vida.
O assassino de Lampião disse ao
historiador que não poderia levar aquele segredo para o túmulo, que a imagem de
lampião e o barulho do disparo nunca saíram de sua mente. Escondido durante
anos, pouquíssima gente sabia do ato que cometera a manda de Vargas, inclusive
parte significativa de sua família.
A morte de Lampião em suas costas lhe
custou o sossego por 6 décadas, mas seu tiro certeiro moveu a roda da história.
Ari
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