FRAIBURGO

30 abril 2010

A Menininha Feliz

Dia destes, fazendo meu trabalho voluntário no Centro Cultural Egon Frey, aqui em Fraiburgo-SC, ao chamar os alunos participantes do coral infantil - um projeto de inclusão social em desenvolvimento neste ano de 2010 pelo Centro Cultural -, para cadastrá-los no sistema de gerenciamento de informações gerenciais, chegou perto de onde eu me encontrava uma menininha, toda contente e feliz dizendo-me que tinha realizado um grande sonho: havia descoberto o dia do seu aniversário. 27/07. Seu nome é Adriana, ela vive na Casa Lar de minha cidade. Tem 9 anos incompletos. Não sabe do Pai. Não sabe da Mãe. Mas está tão feliz porque descobriu e agora sabe o dia do seu aniversário. Foi a Tia da Casa Lar que lhe contou. Até agora tenho a imagem da felicidade estampada na face daquela menininha. Tão frágil. Tão novinha. Mas tão feliz. Que coisa maravilhosa e emocionante aquela cena.
Que aprendizado tive com aquela atitude tão cândida e infantil. Ganhei meu dia. Para nós que temos tudo o que precisamos para viver com razoável dignidade e que estamos sempre em busca de algo mais para nos completar financeiramente e quase sempre nos sentindo infelizes, constantemente nos esquecemos que não precisamos de muito para sermos felizes. É necessário encontrar uma menininha para nos mostrar que bastam poucas coisas para sermos felizes. O exemplo está aí. Uma simples data de aniversário é a coisa mais importante para aquela menininha. Que lição de vida.
Vou levar esta experiência comigo para sempre. Muito obrigado menininha Adriana.

24 abril 2010

MEU PAI

Hoje ele faria 77 anos se estivesse vivo. Armando Guindani era o seu nome. Parou de trabalhar muito cedo, aos 26 anos, vitimado pela asma crônica, que além de sua saúde lhe levou a qualidade de vida, a riqueza, a força para se locomover e grande parte de seus sonhos. Mas não perdeu sua alegria, sua lucidez e sua honradez.
Lembro-me que quando saí de casa, ainda muito jovem ele que me acompanhou até aqui em Fraiburgo-SC onde vim morar e ao me deixar numa pensão disse: “Meu filho não tenho nada para lhe dar a não ser um conselho que é a minha única herança: estude, estude e estude. Sempre trabalhe e seja honesto e nunca esqueça de honrar o nome que lhe dei, pois outra coisa eu não tenho para lhe dar”.
Foi a partir deste conselho que iniciei minha vida e constituí família. Conheci minha esposa Marilúcia e juntos criamos nossos filhos Roberto e Ariane. Nunca tivemos grandes posses, mas as que temos são suficientes para nos possibilitar viver muito bem, em harmonia e com amor. Pudemos até realizar um pequeno sonho seu que era a sua pequena casinha. Lembro do dia em que nela entrou pela primeira vez e me pegou pelo braço, me abraçou, coisa rara para um homem também criado só desde muito pequeno, e chorando me disse: muito obrigado, não esperava isso de você. Agora tenho um lugar para passar meus últimos dias em paz. Não era isso que queríamos, mas foi o que acabou acontecendo anos mais tarde.
Pois é meu Pai, passados 40 anos, nunca lembrei de lhe agradecer por essa herança, porém o faço agora, embora postumamente. Se me tivesse dado algo material talvez eu seria mais um filho frustrado na vida, mas acolhi o seu conselho e estudei, estudei e continuo estudando, sempre, sempre. Minha família também estudou e continua estudando sempre, e meu filho até criou um Instituto que leva o seu nome com a finalidade de difundir o estudo, a cultura e o saber a todos que dele necessitam.
Por falar em meu filho, seu primeiro neto (agora também tenho o meu, André é o nome dele), lembro-me que foi o Senhor meu Pai juntamente com o outro avô Vergílio, que lhe ensinaram as primeiras molecagens e as traquinagens (sadias é lógico) que um menino precisa na sua tenra idade. Como vocês se divertiam. Pena que o Júlio Cezar, seu segundo neto o Senhor não chegou a conhecer. Ele também é um menino muito legal. Que bons tempos aqueles.
Como foi útil a sua herança meu Pai. Muito Obrigado. O Senhor está fazendo muita falta. Tenho muita saudade.

19 abril 2010

A Letra "P"

Recebi este texto por e-mail, não sei de quem e não tenho o autor, mas achei legal e compartilho com vocês, porque apenas a língua portuguesa nos permite escrever isso: "Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais.... Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos.. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora.... Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. - Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo. Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? Papai - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo pereceu pintando... Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar.... Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei". E você ainda se acha o máximo quando consegue dizer: "O Rato Roeu a Rica Roupa do Rei de Roma"