Cientistas alemães deram um
importante passo para criar uma vacina universal contra o câncer, graças a uma
técnica que instrui o sistema imunológico a atacar os tumores, de acordo com um
trabalho publicado nesta quarta-feira pela revista britânica
"Nature".
Um grupo de pesquisadores da
Universidade de Mainz, na Alemanha, utilizou nanopartículas que contêm RNA de
um tumor para simular a invasão de um patogênico na corrente sanguínea e
desencadear uma resposta autoimune.
Quando essas partículas entram em
contato com o tecido linfático, um componente essencial do sistema imunológico,
ativam os mecanismos de defesa frequentes, que dispõem de células como as
dendríticas, para combater os organismos invasores.
A "Nature" ressaltou que
os pesquisadores alemães conseguiram induzir respostas contra os tumores em
ratos e, em uma primeira fase experimental, também em humanos, em três
pacientes com melanoma.
"O trabalho provavelmente
representa um passo adiante em direção a uma vacina universal para o
câncer", disse a revista.
Os cientistas encontraram até agora
dificuldades para descobrir mecanismos efetivos de vacinação porque as células
cancerígenas são similares, em muitos aspectos, às normais. Por isso, o sistema
imunológico se confunde e evita atacá-las.
Uma resposta defensiva eficiente só
ocorre quando as células cancerígenas produzem antígenos - substâncias que
fomentam a criação de anticorpos - diferentes aos das células saudáveis.
Outro dos fatores que freia a
resposta imune ao câncer é que o crescimento dos tumores não é acompanhado de
sinais inflamatórios importantes, como os que ocorrem durante uma infecção por
bactérias, por exemplo, que disparam a resposta autoimune.
Por esses motivos, o sistema
imunológico em algumas ocasiões tolera, ou inclusive promove a formação de
tumores.
Em artigo que acompanha o trabalho
dos alemães, Jolanda de Viers, do Centro Médico Universitário de Radboud
(Holanda), afirma que o grupo de cientistas de Mainz, liderado por Ugur Sahin,
adotou perspectiva "diferente" para as pesquisas realizadas até
agora.
Os pesquisadores criaram
nanopartículas nas quais os fragmentos de RNA estão cobertos de uma camada de
lipídios, similares a uma membrana celular, para protegê-los.
Ao estabelecer uma carga elétrica
negativa nessas partículas, os cientistas conseguem que elas sejam atraídas
pelas células dendríticas, que, por sua vez, descobrem um antígeno específico
contra o tumor cancerígeno.
Os pesquisadores alemães acreditam
que qualquer antígeno baseado em uma proteína pode estar codificado no RNA. Por
isso, consideram que essa técnica pode ser utilizada para criar vacinas contra
qualquer tipo de câncer. (Fonte: Efe/Terra)
Um grande abraço a todos.
Ari
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