De acordo com o médio brasileiro Drauzio Varela, a nicotina é
uma das drogas que provocam maior dependência física e o cigarro não passa de
um dispositivo atraente para facilitar seu consumo.
Tudo ocorre de forma muito simples: a pessoa
põe o cigarro na boca e aspira a fumaça que alcança os pulmões. Dos pulmões, a
nicotina passa rapidamente para a circulação, espalha-se pelo corpo inteiro e
atinge o cérebro onde exerce sua ação aditiva. Na verdade, ela chega mais
depressa ao cérebro quando aspirada do que quando injetada na veia.
Não tenho a
menor dúvida de que todo fumante gostaria de deixar de fumar. Mesmo aqueles que
afirmam – “Não, não estou interessado” – falam assim porque não conseguem
abandonar o cigarro e não porque não o queiram.
A crise de
abstinência de nicotina manifesta-se em minutos e é pior do que a de outros
alcaloides, como os que existem na maconha, na cocaína e na heroína. Esses
ainda permitem ao usuário ficar muitas horas longe deles. A nicotina não dá
descanso. A pessoa passa duas horas no cinema. Quando as luzes se acendem, está
tão desesperada para fumar que desconsidera os avisos e acende o cigarro ainda
na sala de exibição.
O fumante sabe que cigarro dá câncer, infarto,
derrame cerebral, mas não se abala com isso. O ser humano não liga para as
piores desgraças que lhe possam acontecer, desde que ocorram num futuro
distante. A espécie foi selecionada assim. De que adiantava ficar planejando a
vida para os vinte anos seguintes, se o homem primitivo não sabia se, no fim do
dia, estaria vivo para voltar à caverna trazendo a caça que fora buscar para
alimentar a família?
Abraço a todos.
Ari
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