Em
11 de dezembro de 1972, cheguei aqui em Fraiburgo com o objetivo de estudar
técnico agrícola. Por influência do saudoso Pe. Biagio Simoneti e de alguns
professores da época, acabei me formando técnico em contabilidade.
Estudava
à noite e para me sustentar naquele início de jornada, durante o dia, exercia a
atividade de servente de pedreiro. Aquela experiência como trabalhador braçal,
me mostrou que pelo meu biotipo franzino, eu não aguentaria aquelas tarefas e
que aquilo não era para mim. Pela primeira vez na minha vida, e ainda criança,
tive que tomar uma decisão sozinho.
Assim
procurei emprego num escritório onde o ambiente seria mais propício ao meu biotipo.
Foi assim, que em março de 1973, conheci o Dr. Flávio José Martins, na época
Diretor-Presidente de uma grande empresa de nossa cidade. Foi ele que me deu a
primeira oportunidade de trabalho. Isso mudaria para sempre a minha vida.
Desde
então não saí mais de dentro do escritório. Me formei Técnico em Contabilidade
e daí em diante exerci as atividades de Contador, Professor, Auditor, Consultor
e Empresário. Fui por diversos anos secretário municipal de administração e
finanças de nosso município, cargo que me orgulha muito e que me deu a grande
experiência profissional que me proporcionou obter o conhecimento técnico da
administração pública do nosso país.
Foram
42 anos de trabalho intenso e bem sucedido.
Neste
mês de dezembro de 2014 (dezembro de novo na minha vida), as coisas estão um
pouco diferentes para mim. Em 20/11/2014 - data especial para mim e para a
minha esposa pois comemoramos aniversário de casamento - dei entrada em meu processo de aposentadoria e para a minha
surpresa ele teve um desfecho fulminante e já em 03/12/2014 recebi a resposta: APOSENTADO.
Assustei-me. As pessoas buscam esse dia intensamente e trabalham uma vida inteira para isso acontecer. Quando chega o grande dia, deveríamos soltar foguetes e estourar chapagne, mas "a ordem para parar de ir trabalhar no escritório", não é facilmente assimilada. Meu
cérebro não aceita. Acordar pela manhã e se preparar para ir ao trabalho é tão
natural que, quando procuro a chave do escritório e não a encontro, lembro que eu a devolvi e que eu não preciso mais ir lá. Fica um vazio que
perdura o dia todo. A ideia de abandono, imprestabilidade e inutilidade não sai
da cabeça.
E agora? Não sei a resposta ainda.
E agora? Não sei a resposta ainda.
Neste
momento único e de transição por que venho passando, eu não poderia deixar de fazer um
agradecimento todo especial e carinhoso à Senhora ALDANI DA ROCHA FREY e aos seus filhos. Esta empresária
me estendeu a mão no momento mais difícil de toda a minha vida e esta atitude me
reergueu. D. Aldani: de tudo e por tudo digo-lhe do fundo de meu coração “MUITO
OBRIGADO”.
Também preciso dizer muito obrigado a todas as pessoas que me ajudaram até aqui.
Para
a minha velhice, pretendo atuar como corretor de imóveis, atividade que aprendi
a gostar e que é extraordinária. Talvez ela não vai me deixar ficar dentro do
escritório. Vamos esperar para ver.
Um Abraço a todos e um bom Feliz Natal.
Ari
Nenhum comentário:
Postar um comentário