FRAIBURGO

01 novembro 2017

Por que a Rússia vendeu o Alasca aos Estados Unidos I

Uma petição publicada no site da Casa Branca sobre a anexação do Alasca pela Rússia já reuniu 35.000 assinaturas. Muitos ainda acreditam que os americanos tomaram a região dos russos, mas, ao contrário do mito, o negócio foi justo e ambos os lados tinham sólidas razões para fazê-lo.
No século 19, o Alasca já era um centro de comércio internacional. Na ex-capital Novoarkhangelsk (atual Sitka) eram negociados tecidos chineses, chá e até mesmo gelo usado no sul dos Estados Unidos antes da invenção da geladeira. Navios e fábricas pontuavam a paisagem, e extraía-se carvão e ouro. Vender algo assim parecia loucura.
Os comerciantes russos eram atraídos ao Alasca por presas de morsa e preciosas peles de lontras, obtidas por meio de escambo com os nativos. Essas atividades estavam concentradas nas mãos da Companhia Russo-Americana (CRA), um grupo de negociantes russos do século 18 que possuía bandeira e moeda própria – o “marco de couro”.
Os privilégios haviam sido concedidos à companhia pelo governo tzarista, que não só cobrava altíssimos impostos, mas seus membros também figuravam entre os acionistas da CRA.
O comerciante Aleksandr Baranov ficava no comando dos assentamentos russos. Lá construiu escolas e fábricas, e ensinou os nativos a plantar nabo e batata. Com Baranov, a CRA gerava uma receita expressiva, mas, quando ele se aposentou, o capitão-tenente Gagermeister ocupou o seu lugar, trazendo uma nova equipe de funcionários e acionistas oriundos de círculos militares.
Desde então, por um decreto oficial, o governante só poderia levar oficiais da marinha. Assim, os siloviks se apropriaram do negócio rentável, mas foram justamente suas ações que levaram a empresa ao colapso. (Gueórgui Manáev - Gazeta Russa).

Um grande abraço a todos.

Ari

Nenhum comentário:

Postar um comentário