FRAIBURGO

27 maio 2015

Vida Moderna

Vários estudos demonstraram que a lâmpada elétrica produziu mudanças nos hábitos de dormir das pessoas, alterando a hora de irem para a cama e levando-as a dormir menos horas. Em média, vamos para a cama e acordamos duas horas mais tarde do que a geração anterior.

Em 2008, os US Centres for Disease Control (Centros dos Estados Unidos para Controle de Doenças) disseram que um terço (33%) dos trabalhadores adultos nos Estados Unidos dormem menos do que seis horas por noite. Há 50 anos, cerca de 3% dormiam menos de seis horas.

Um outro estudo, feito posteriormente, disse que quase a metade de todos os trabalhadores em regime de turnos dorme menos de seis horas por noite no país.

E uma investigação feita pelo professor Charles Czeisler, da Harvard Medical School, em Boston, Estados Unidos, constatou que pessoas que leem livros eletrônicos antes de dormir demoram mais tempo para adormecer, apresentam níveis reduzidos de melatonina (hormônio que regula o relógio interno do organismo) e são menos alertas pela manhã.

Quando o estudo foi publicado, ele disse: "Nos últimos 50 anos, houve um declínio na qualidade e na média de duração do sono".

"E como cada vez mais pessoas optam por usar aparelhos eletrônicos para leitura, comunicação e entretenimento - particularmente crianças e adolescentes, que já vivenciam perda significativa de sono - é urgente que se façam pesquisas epidemiológicas para avaliar as consequências, a longo prazo, desses aparelhos sobre a saúde e a segurança".

Muitas pessoas mantêm o celular ligado em seus quartos durante a noite, o que aumenta os riscos de que seu sono seja interrompido.

Alimentos como toucinho, queijo, castanhas e vinho tinto também podem atrapalhar o sono.
Muitos estudos encontraram associações entre a diminuição na quantidade de sono e obesidade, diabetes, depressão e redução na expectativa de vida.

No entanto, alguns especialistas - como o pesquisador James Horne, da Loughborough University, em Loughborough, Reino Unido - dizem que há um certo exagero nessa discussão.

"Apesar de serem significativas do ponto de vista estatístico, as alterações são provavelmente pequenas demais para merecer interesse clínico", disse Horne à BBC.
"A maioria dos adultos saudáveis dorme menos do que as tão faladas oito horas e o mesmo acontecia com os nossos avós"
"Nossa média de sono caiu menos de dez minutos nos últimos 50 anos. Qualquer obesidade e suas consequências para a saúde atribuíveis a pouco sono são observadas apenas nas poucas pessoas que dormem somente cinco horas. Nesses casos, o ganho de peso é pequeno - por volta de 1,5 kg - o que é facilmente corrigido por uma dieta melhor e 15 minutos de caminhada robusta por dia - em vez de uma hora extra de sono", argumentou o especialista.

Nos últimos dez anos, uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da University of Surrey vêm monitorando a saúde dos moradores da pequena cidade de Baependi, no sul de Minas Gerais. Com 18 mil habitantes, a cidade permanece imune a certos aspectos da modernidade. Por exemplo, muitos dos seus moradores acordam e vão dormir cedo.

Ao final do estudo, a equipe espera poder entender melhor a relação entre sono e saúde.

Um grande abraço a todos.

Ari

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