Quando se acha que uma eleição se ganha com panfletagem barata, sujando as ruas e praças e com mostras de dinheiro fácil... tudo estará perdido.
Ari
patuá
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forma giriática
para substituir “o negócio”, “a questão”, “o problema”.
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gelo
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desprezo
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esquinar
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ficar parado em
esquinas, à espera de algo
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cabrocha
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mulher
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que preparasse a
marmita e amarrotasse o meu linho no sabão
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que cozinhasse para
mim e lavasse a minha roupa
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bordejava pelas
vias
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perambulava pelas
ruas
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abasteci a caveira
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tomei uma bebida –
uma cachaça
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troquei por
centavos um embrulhador
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comprei um jornal
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na quebrada da rua
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na esquina
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veio uma
pára-quedas se abrindo
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veio uma mulher
demonstrando interesse pelo malandro
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eu dei a dica
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o malandro dirigiu
um gracejo à mulher
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ela bolou
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a mulher foi
receptiva à lisonja do malandro
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eu fiz a pista
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acompanhei-a
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colei
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aproximei-me,
caminhando ao lado da mulher
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solei
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conversei com a
mulher
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bronqueou
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demonstrou com
palavras iradas, o seu desagrado
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vivaldina
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viva, esperta,
inteligente
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o cargueiro estava
lhe comboiando
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o namorado a estava
acompanhando
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morando na jogada
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compreendendo a
situação
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o Zezinho aqui
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forma do malandro
referir-se a si mesmo
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o cargueiro jogou a
amarração
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o namorado se
aproximou dela
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um cataplum no pé
do ouvido
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um soco ou bofetada
na orelha
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dei-lhe um bico com
o pisante na altura da dobradiça
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dei-lhe um pontapé
no joelho
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uma muqueada nos
mordedores
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forma de muque – um
soco nos dentes
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taquei-lhe os dois
pés na caixa de mudança
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saltei-lhe com os
dois pés sobre o peito
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ele se coçou, sacou
a máquina e queimou duas espoletas
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sacou o revólver e
fez dois disparos
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papai
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(outra forma do
malandro referir-se a si mesmo)
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virou pulga
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deu um salto
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fez a dunquerque
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evadiu-se, fugiu (alusão à famosa retirada de dunquerque, na Segunda Guerra Mundial)
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vermelho não
combina com a cor do meu linho
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referia-se ao
vermelho do sangue
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tira
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policial, detetive,
investigador.
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fechar o paletó
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matar
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não tenho vocação
pra presunto
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referia-se ao seu
apego à vida
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borracha grande
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ônibus
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no fim do carretel
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no fim da linha, no
ponto final
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bem no vazio da
lapa
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no Largo da Lapa
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às 15 para a cor de
rosa
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às 17 horas e 45
minutos
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matina
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manhã
(observe-se a influência do elemento imigrante através desse vocábulo
italiano)
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o roque do meu
pandeiro
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o ruído do meu
estômago
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china-pau
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“china” (pequenos restaurantes chineses que serviam pratos a preços populares, na
época, muito comuns no Rio de Janeiro)
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boi a mossoró com
confete de casamento
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bife a cavalo com
arroz
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e uma barriguda bem
morta
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cerveja bem gelada
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como o meu era
nenhum
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como não tinha
dinheiro…
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pedi ao caixa pra
botar na pendura que depois eu iria esquentar aquela fria
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pedi ao caixa um
crédito, dizendo-lhe que pagaria a despesa mais tarde.
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dizendo que eu era
produto do mangue
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o Mangue é um dos
prostíbulos do Rio de Janeiro (curioso notar o eufemismo desta construção)
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me queimei e puxei
a solingea
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irritei-me e saquei
a navalha (a marca do instrumento Solingen passou a sinônimo de navalha)
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fiz uma avenida na
epiderme do moço
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fiz um talho na
pele…
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ele virou logo
américa
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ficou vermelho como
sangue (América Futebol Clube, cujo uniforme se compõe de camisas vermelhas)
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dedo-duro
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delator
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xifópagos
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policiais do Rio de
Janeiro que sempre andam em duplas também chamados Cosme e Damião)
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"Concedei-me Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras."