FRAIBURGO

24 outubro 2017

A Vida Não é Justa - III

Trecho do livro “A Vida Não é Justa” de Andrea Maciel Pachá,  juíza da vara de família em Petrópolis – Rj, relatando parte de audiência onde um menino queria regularizar seus documentos e a burocracia do Estado não lhe permitia:

“— Qual é o problema que você tá tentando resolver?

    — Ontem, fui buscar uma cesta básica na Secretaria, e, quando eu tava voltando, uns PMs me pararam e acharam que eu tava roubando a cesta. Mostrei minha carteira de trabalho e só tem meu nome. Tô tentando há mais de ano resolver o resto e todo dia me mandam voltar depois. Agora inventaram que eu tenho que fazer um exame pra provar quando eu nasci”.

Nada mais perverso do que o absurdo de submeter um ser humano a exigências obtusas. A rede legal de proteção é para ser usada a favor do cidadão, e não se pode transformar em suspeito um menino que jamais protagonizou sua vida nem possui instrumentos mínimos de inserção social.

Gabriel afirmava no seu pedido inicial que era filho de Maria da Silva, não sabia quem era seu pai e nascera em Petrópolis no dia 20 de dezembro de 1991”.

Um grande abraço a todos.


Ari

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