Trecho do
livro “A Vida Não é Justa” de Andrea Maciel Pachá, juíza da vara de família em Petrópolis – Rj,
relatando parte de audiência onde um menino queria regularizar seus documentos
e a burocracia do Estado não lhe permitia:
“— Qual é o problema que você tá tentando resolver?
— Ontem, fui buscar uma cesta
básica na Secretaria, e, quando eu tava voltando, uns PMs me pararam e acharam
que eu tava roubando a cesta. Mostrei minha carteira de trabalho e só tem meu
nome. Tô tentando há mais de ano resolver o resto e todo dia me mandam voltar
depois. Agora inventaram que eu tenho que fazer um exame pra provar quando eu
nasci”.
Nada mais perverso do que o absurdo de submeter um ser humano a
exigências obtusas. A rede legal de proteção é para ser usada a favor do
cidadão, e não se pode transformar em suspeito um menino que jamais
protagonizou sua vida nem possui instrumentos mínimos de inserção social.
Gabriel afirmava no seu pedido inicial que era filho de Maria da Silva,
não sabia quem era seu pai e nascera em Petrópolis no dia 20 de dezembro de
1991”.
Um grande abraço a todos.
Ari
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